O Vereador Gustavo Santiago sempre foi um parlamentar eloquente, controverso e omisso; que esbraveja na tribuna, porém, mia atrás das cortinas; que faz cara feia na frente do povo, entretanto, sorri em salas trancadas; que aponta o dedo, todavia, sem os holofotes aperta as mãos.

No entanto, essas posturas as escondidas mudaram a partir das eleições suplementares de 2021, instante em que Gustavo passou a deixar traços mais visíveis.

Lembremos, que naquele momento de acirramento o parlamentar desbancou seu cunhado Mozaniel Rodrigues, esse que para muitos perdeu sua maior chance de retornar a Prefeitura. A insistência de Gustavo contou com a aceite de Mozaniel, marcado a humilhante derrota nas urnas com uma diferença de 2.548 para o atual Prefeito Arthur Teixeira, um indigente político.

Antes, porém, Gustavo tratou de esvaziar seu repertório de frases e expressões impactantes, mas, sempre, falando pela metade. Assim, usou a tribuna da Câmara para acusar desvios de recursos públicos do dessalinizador de água do mar; utilizou as redes sociais para chamar os servidores públicos parasitas; em palanque, chamou políticos de corruptos, disparando a icônica frase: “nem que eu acabe essa eleição numa cadeira de rodas”.

Após aquele pleito, Gustavo não precisou da cadeira de rodas para seguir passos largos para o governismo. Assim, os corruptos deixaram de ser corruptos e sem rodeios emplacou familiares e aliados no governo, mostrando sua versão capitalista.

Gustavo trocou de bandeira, mas, não perdeu o hábito de falar de pela metade. Seu saudosismo efervesceu recentemente quando ofendeu e acusou parlamentares de não terem estatura moral e que falavam bravatas, insinuando que haveriam informações suspeitas que precisariam ser conhecidas.

Se reportando aparentemente a fatos do passado, demonstrando conhecimento e falta de ação, deixou uma mensagem negativa de sua atuação e uma clara demonstração de seletividade.

De fato, seria muito interessante para população abrir a caixa preta da política, de conhecer verdade e mentiras, mas, acima de tudo, descobrir a outra metade que o vereador Gustavo apresenta.

Se ao blog fosse dada a oportunidade de apresentar perguntas, não vacilaria:

1. Porque o vereador Gustavo renunciou à Presidência da Câmara Municipal de Guamaré e se essa renuncia se relaciona aos fatos que a Câmara investigava?
2. Se esses fatos guardam relação com as ações penal e improbidade que são movidas pelo Ministério Público contra ele?
3. Se o vereador tem conhecimento de alguma ação administrativa acerca do desvio de energia elétrica de algumas residências na Comunidade de Baixa do Meio?
4. Qual sua opinião acerca do abandono da cidade, dos cortes de energia, da tomada dos veículos pelas locadoras, da suspensão do abastecimento de combustíveis?
5. Seria importante saber o que acha da contratação de profissionais por MEI, surrupiando direitos trabalhistas dos servidores; dos atrasos nos pagamentos dos médicos e dos abandonos dos postos de trabalho; do não pagamento do piso da enfermagem?
6. Gostaria de saber seu ponto de vista quanto a falta de medicamentos e inusmos, da carência de iluminação pública, da falta d’água e das cisternas com indícios de superfaturamento?
7. Necessária a opinião do parlamentar acerca dos esgotos a céu aberto em Guamaré, da condição precária da ponte de Lagoa Seca; das estradas vicinais intransitáveis?
8. O que acha dos inúmeros contratos suspeitos formulados pela Câmara Municipal e Prefeitura de Guamaré?
9. Qual sua opinião acerca dos alugueis atrasados e o porquê de pagamentos em preterição realizados a familiar?
10. Qual sua apreciação acerca do pagamento de mais 460 mil reais em favor de 10 servidores na gestão interina de Eudes Miranda na Prefeitura, usando lei da câmara que não se aplica para beneficiar a esposa do vereador presidente?
11. Qual a imagem do parlamentar quanto as supostas fraudes na execução do contrato de corte de terra pela Prefeitura e se o vereador não tem curiosidade em saber quem é Neto?
12. Se ele sabe quem é o denunciante da Operação Mascara Negra que levou inúmeros corruptos a prisão e se esses corruptos são os mesmos que ele referenciou em palanque?
13. Se sabe dizer quem denunciou ao Tribunal de Contas o processo do dessalinizador de água do mar, que levou ao processamento e o bloqueio de bens de bens de político e assessores do município?
14. Se ele tomou alguma providência em razão dos desvios de recursos públicos na contratação de carros pipas por um político local?

De fato, a população deve ter acesso indiscriminado as informações principalmente quando se trata de envolvimento de recursos públicos e tanto outros assuntos importantes.

O povo almeja ansiosamente conhecer a outra metade, sendo inútil dizer que não está acuado: escondendo o rabo não está entre as pernas.

Enquanto a verdade não for passada a limpo, as únicas bravas e os acuados são aqueles que boicotam as sessões parlamentares, que se escondem em gabinetes e pousadas, que dificultam o uso da tribuna e que troca esposa por filho em cargos públicos.

O povo tem que saber diferenciar quantidade de qualidade. Tem que compreender, que o grande pode ser pequeno, especialmente quando nos referimos a exemplos; que falar pela metade representa a ocultação da outra parte.

Assim, de nada adianta ter estatura para fabricar panelas, se o objetivo é esconder as tampas.