E PRA O POVO? PREFEITURA DE GUAMARÉ PAGOU MAIS DE 1,7 MILHÃO DE SALÁRIO PELA HEGEMONIA DE SUA EX-SECRETÁRIA DE ESPORTES

E PRA O POVO? PREFEITURA DE GUAMARÉ PAGOU MAIS DE 1,7 MILHÃO DE SALÁRIO PELA HEGEMONIA DE SUA EX-SECRETÁRIA DE ESPORTES

Durante mais de uma década à frente da Secretaria Municipal de Esporte, Lazer e Juventude de Guamaré, Larisa Mayara acumulou não apenas um longo histórico de gestão, mas também um custo elevado aos cofres públicos. Casada com o atual presidente da Câmara, Eudes Miranda, e cunhada do ex-prefeito Hélio Willamy, Larisa protagonizou uma gestão marcada por críticas à estagnação das políticas esportivas e favorecimento familiar.

 Mais de uma Década de Gastos Elevados

Segundo dados extraídos do Portal da Transparência do Município, Larisa teria recebido mais de R$ 1,7 milhão, exatos R$ 1.721.541,06, somente em parcela apurada de sua gestão, entre os anos de 2013 e 2025. Esse montante inclui seus salários e gratificações, os chamados jetons — valores indenizatórios pagos por participação em reuniões do Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico (CMDE). A legislação municipal permite até R$ 7.200,00 mensais, por esse tipo de participação, conforme as Leis nº 630/2013 e nº 716/2018.

É preciso registrar, que a partir do mês de março/2025 o portal passou a incluir os valores dos jetons. Contudo, os períodos antecedentes que não constaram no portal, foram pagos por meio de processos sem qualquer publicidade. Fontes indicam que os pagamentos eram recorrentes e garantidos aos membros do prefalado conselho, o que levanta questionamentos sobre a transparência e controle desses recursos.

Os dados obtidos são oriundos do Portal de Transparência do Município de Guamaré, cujos elementos são de integral responsabilidade da administração pública: https://pmguamarern.transparencia.topsolutionsrn.com.br/servidores?data=06/2025.

Abaixo planilha detalha revela mês a mês o recebimento dos valores:

Larisa nunca faltou um dia de trabalho

 Segundo os registros do Portal da Transparência, Larisa — à frente da Secretaria Municipal de Esporte há 13 anos, — nunca teve uma falta formal registrada. No papel, a imagem é de dedicação absoluta ao longo de 4.564 dias.

Assim, durante tanto tempo, Larisa demonstrou um nível de compromisso raríssimo no setor público: não tendo nunca registrado uma única falta ao trabalho e, não se ausentado por questões de saúde ou motivos pessoais durante o longo período.

 Conta Cheia e Nomeação Controversa na Assistência Social

Antes de Larisa deixar a pasta de Esportes, recebeu R$ 21.121,08, a título de salário e décimo terceiro salário  (https://pmguamarern.transparencia.topsolutionsrn.com.br/servidores/0002860/2025-06-01T00:00:00/0):

Porém, seu prêmio chegou com a nomeada Secretária Municipal de Assistência Social — uma área em que, segundo críticos, não possui qualquer formação técnica específica. Embora seu currículo indique especializações em gestão de projetos e esportes, não há registros de capacitação voltada à assistência social.

O suposto desconhecimento da pasta coloca em dúvida sua legitimidade, fazendo reacender o debate sobre nepotismo, prática em que familiares de autoridades são nomeados para cargos comissionados, violando princípios constitucionais de impessoalidade e moralidade.

Achou pouco? Larisa foi nomeada como Presidente do Conselho Municipal de Política da Administração e Remuneração de Pessoal (COMAP), ocupação que lhe renderá um acréscimo de 50% nos seus Jetons em razão dos demais membros. Assim, passará de R$ 7.200,00 para R$ 10.800,00, somente a título de gratificação mensal.

 O Silêncio das Instituições

Enquanto o Ministério Público permanece inerte há décadas, mesmo diante de denúncias tão graves, servidores amargam com falta de salários, fornecedores atrasos nos pagamentos, pacientes sem remédios, médicos sem salários, dentre tantos outros. O contraste entre os supersalários pagos a gestores e a realidade dos cidadãos em vulnerabilidade social evidencia uma crise de representatividade e responsabilidade pública.

 Reflexão Popular

A sociedade tem sido testemunha silenciosa de um paradoxo cruel: enquanto o povo se digladia por migalhas, os que orbitam o poder se alimentam à mesa farta dos privilégios. A política, que deveria ser instrumento de justiça e igualdade, frequentemente se transforma num jogo de interesses onde laços familiares valem mais que méritos, e o acesso à máquina pública se herda como se fosse patrimônio particular.

O salário mínimo, conquistado com suor e sacrifício, se torna um obstáculo à sobrevivência para milhões — enquanto os parentes de gestores públicos acumulam salários, gratificações e vantagens. É como assistir a um banquete sendo servido no meio de um campo de guerra: há luxo para alguns e luta para a maioria.

O mais grave, porém, não é apenas a desigualdade. É a destruição silenciosa da dignidade. Quando o cidadão se vê humilhado por depender de favores, quando a meritocracia se curva diante do compadrio, e quando o serviço público serve interesses privados, o que se perde não é apenas o dinheiro — é a confiança no sistema, é a esperança de um amanhã mais justo.

Que essa realidade não permaneça invisível. Que ela não seja naturalizada como “parte do jogo”. A indignação precisa ser canalizada para ação, para consciência coletiva, para mudança real. Porque enquanto a fome de justiça não for saciada, o banquete dos privilegiados continuará servido sobre os pratos vazios da maioria.

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